Existe um grupo no facebook intitulado de jornalistas. É privado e destinado aos jornalistas e profissionais da comunicação. Logo, aqui entro em desacordo. Talvez, porque tenho pouco calo. Mas, não concordo que os jornalistas e os assessores façam parte da mesma página.
Pedi para fazer parte do grupo. Fui aceite. Fiquei contente. Havia uma página para debater jornalismo. É bom e faz falta.
Voltando ao grupo. Esta semana no DN uma jornalista transcreveu um desabafo que uma jornalista da SIC tinha tido nesse Grupo.
A discussão estava instalada. Várias opiniões e poucas conclusões. A mim não me interessa que aquele grupo esteja no facebook. Muitos argumentam, que por estar no facebook, a conversa é válida. Até, pode ser! Mas, não é ético publicarem um texto sem consultarem a pessoa em questão. Os jornalistas tem acesso a muita informação, devem saber geri-la. São preguiçosos! Só porque estava um texto identificado, limitaram-se a transcrever? Onde está, aqui, a confirmação de fontes? Só porque ninguém se mostrou disponível para falar, arrancaram palavras privadas de uma jornalista? Uma jornalista que mostrou confiar no grupo privado. Num grupo que funcionava como um café onde as palavras morriam na mesa.
Desde quando, se publicam desabafos dos colegas de profissão? Sim, porque se fosse um depoimento oficial, certamente o discurso seria diferente. Onde está a ética?
A maioria dos profissionais não quer uma ordem! Mas, é preciso porque casos como estes mostram que muitos jornalistas não sabem os limites do que é certo e do que é errado.
Quanto à autora do famoso texto, será que foi obrigada pelos responsáveis a espremer fontes? Será que pensou nas consequências para ela e para a colega?
Faz sentido o grupo continuar a existir? Quando é frequentado por mirones?
Tenho pena do meu jornalismo. Acho mesmo que nunca vou ser jornalista. Não consigo compactuar com os valores de agora. Prefiro ser uma jornalista desempregada do que uma má jornalista. Prefiro mudar de área.
Coisas ditas no Facebook sao como coisas ditas no cafe, nao teem valor. Para pessoas como eu, que lidamos com decisoes de milhoes de euros por semana, torna-se impossivel ter acesso a essas redes pois acabam sempre por conduzir a esse tipo de situacoes em que se mexe no trabalho. Pessoas sob certos codigos de conduta tb se deviam abster deles. Ja viste o que era agora termos um grupo do facebook com medicos a discutir detalhes dos pacientes? "ai e um grupo privado e tal...". A privacidade devia ser uma coisa preciosa e nao-transacionavel. Mas la esta. Hoje em dia a vida das pessoas e tao vazia que nao e possivel calarem-se e despejam tudo mal se lhes de a oportunidade.
ResponderEliminarEu sei e percebo,mas o jornalismo precisa de ser exercido na democracia, no debate e partilha de opiniões.
ResponderEliminarE o grupo foi criado para isso, para discutir e partilhar ideias. Mas, ficava por ali.
O DN transcreveu um depoimento sem autorização da envolvida. Baseou-se num perfil. E se o perfil fosse falso?Foi falta de ética.
Obrigada pela visita.
O DN quer e desacreditar tudo o que nao seja manso em relacao ao actual Governo, ja um dos directores da redacao se demitiu no fim de Janeiro porque nao o deixava publicar aquela noticia da perda tecnica da TMN das gravacoes do caso do Polvo e do Sucateiro. Mas mesmo assim acho que a jornalista confiou demasiado num meio facilmente permeavel. Se ate no email se tem de ter muito cuidadinho, imagine-se no Facebook...
ResponderEliminarO DN é o jornal do Governo. Assim como o público é de direita. Eu não sou contra as orientações, desde que assumidas.
ResponderEliminarSim eu vi esse caso. Enfim, o David Dinis mostrou ser um jornalista com J grande.
Mas, tem de haver regulação. Aquelas duas jornalistas pisaram, como muitos o fazem todos os dias, uma das normas mais importantes do códio deontológico de qualquer profissão.